É possível superar a Timidez e a Inibição Social?
Essa pergunta é muito comum quando sou entrevistado na mídia ou nas palestras que realizo. A diferença entre o inibido e o tímido é que o primeiro só fica nesse estado em algumas situações, principalmente quando se expõe em publico; já o tímido, é um ser totalmente introvertido, calado, medroso, inseguro o tempo todo. Enfim, como superar a timidez e a inibição social?
Quem são esses personagens que sofrem constantemente com essas fobias sociais? De onde eles surgem?
Pesquiso, desde 1968, as deficiências da voz e da fala, a superação da timidez e da inibição, a oratória e a argumentação sob pressão. Algumas teorias psicológicas avaliam que esses indivíduos já nascem com uma personalidade definida para a timidez, outros adquirem pelo meio ambiente que vivem, por exemplo.
Se os pais são calados, até introvertidos, será muito difícil o filho não absorver essa personalidade.
Nos meus estudos, desde 1968, encontrei vários tipos de pessoas com timidez e inibição, alguns num estágio bem avançado, chegando afetar a parte orgânica, com problemas sérios de saúde, especialmente cardíacos e estomacais; alguns têm insônia profunda, devida ao exercício de profissões onde têm de se expor em público constantemente.
Já encontrei alcoólatras, dependentes químicos, etc, que se utilizam desses recursos para ficarem mais descontraídos nas exposições – só que esses recursos não dão muito certo: a dicção fica embolada, o raciocínio e as atitudes lentificam, chegando a ficarem dopados de tantos calmantes ou ansiolíticos.
Encontrei também profissionais super competentes com currículos maravilhosos, mas os “brancos” constantes derrubam-lhes a estrutura sólida que foi construída durante a sua vida estudantil, como, por exemplo, colégios de primeira linha, faculdades federais, inclusive o IME e o ITA, doutorado, mestrado, MBA, etc.
Quando testo-os expondo os seus conhecimentos profissionais e intelectuais, o vexame é total; microfone, palco, filmagem, plateia concentrada na sua exposição: a reação é de uma inércia total, parece que é colocado um cadeado no seu cérebro, fechando todas as portas da sua comunicação oral.
O método da Porradaterapia
Devido à descontração do meu curso, a plateia, para tirar o palestrante do sufoco, incentiva-o constantemente com perguntas, estimulando-o a emitir respostas mais rápidas, procurando torná-lo bem mais descontraído, porque, como já citei em outros artigos, os alunos veteranos, por estarem num estágio bem mais avançado no que tange à disinibição, provocam os novatos mais com o objetivo de acelerar o progresso dos mesmos.
Será que a reação do tímido é semelhante à do inibido nessa terapia comportamental do meu curso de oratória e argumentação sob pressão? É lógico que não.
O tímido é muito mais bloqueado do que o inibido, o processo é muito mais lento, é importante não forçar a barra. Lembro-me de uma executiva que levou seis meses para tomar coragem de subir ao palco – ela comunicou no início do curso que a decisão de se apresentar para a plateia ficaria a critério dela; deste momento em diante ela se soltou completamente. Estou enfatizando esse tema para comunicar a todos que não existe a forçação de barra: o ambiente é descontraído.
O sistema que criei é em forma de clube de oratória, onde a pessoa adquire um programa livre do curso, podendo frequentá-lo ad eternum sem custos adicionais. É comum frequentarem as aulas participantes que estão no curso há mais de dez anos.
A pergunta corriqueira é “isso não acaba nunca?”. Eu sempre aconselho a manutenção do treinamento, porque é difícil encontrar um espaço onde você pode se expor constantemente sem se envolver com a plateia. As pessoas que trabalham com exposições no dia a dia, como dar aulas, reuniões, palestras, até atores e locutores já se afastam mais do curso, mas quando isso ocorre esporadicamente o treinamento é fundamental para manutenção.
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