A Sua Família é Uma Tragédia Grega | O Método Fonoaudiólogo Simon Wajntraub

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Chega de falar da minha família, agora vamos falar da sua, que é uma tragédia grega. Eu sei que não é nada disso, vocês que ficam desesperados quando um filho apresenta alguma anormalidade, já começam a comparar com o filho da vizinha, com os colegas superdotados do colégio, chegam a ficar sem ação, perplexos e até deprimidos. Quantos pais me procuram com os olhos cheios de lágrimas só porque o filho está com atraso na linguagem… Imagine eu, com quatro filhos com dificuldade no aprendizado, e que não gostavam de estudar, já teria que ter me suicidado…

Só para vocês terem noção do absurdo, apenas em duas semanas apareceram na minha clínica duas crianças com atraso na linguagem, um menino com 5 anos que ficava falando palavras soltas sem manter uma conversação, casa, cachorro, bola, etc., o pai com uma idade avançada sem a mínima paciência, a mãe totalmente perdida sem saber o que fazer. De repente, ela mostra uma revista do colégio onde tinham os dinossauros e o menino acertou o nome complicado de todos, pegou uma caneta e fez desenhos maravilhosos. Parti para cima desta criança com uma voz de comando firme e comecei a exigir uma conversação contínua, nada de palavras soltas, tudo sendo filmado em vídeo. Ele entendeu o meu sinal e passou a manter uma conversação contínua, os pais ficaram perplexos, passei para eles a forma que eles deveriam atuar, nada de rabo preso com a criança. Eu trato criança com firmeza, não fico mimando e nem paparicando, este é o sucesso do meu método.

Outro caso foi o de uma garota que estava com 5 anos e não falava praticamente nada, só “mamãe”, os pais relatam alguns fatores emocionais que podem ter influenciado no atraso da linguagem desta menina, a mãe quando estava grávida recebeu a notícia de uma morte de um parente bem próximo, ela estava no sexto mês de gravidez e quase perdeu a criança. Depois, quando ela estava com dois anos e meio, a mãe resolve colocar no colégio para poder trabalhar fora, e essa criança sente um baque muito forte e chega a ter alteração na temperatura do corpo chegando abaixo dos 35 graus, e com isso a mãe muito sensibilizada mantém a filha em casa, cheia de paparicos. Desta forma, ela não se esforçava em falar. Pressionei a criança, repetindo palavras soltas como um simples “papai”, só que fiquei falando esta palavra durante 15 minutos seguidos.

E você, tem saco para isso? Chega do trabalho e nem quer papo com seus familiares, deixa uma babá muda cuidar do seu filho, liga a televisão para a criança não perturbar muito enquanto está assistindo…

Agora, eu vou finalizar este tema dando uma dica muito boa que dei para uma esposa de um jogador de futebol que me encontrou num vôo do Rio para São Paulo e apresentou o seu filho de dois anos e meio que não fala nada: peguei o menino no colo e fiquei repetindo 50 vezes a palavra bola e articulando bem para ele entender o movimento da língua e dos lábios para emitir estes fonemas. Quando eu terminei a “tortura” ele falou bola, a mãe ficou perplexa e fez o seguinte comentário: “Não tenho essa paciência que você possui!”. Aí eu retruquei: é por isso que ele não fala!

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Simon Wajntraub

Fonoaudiólogo e Professor de Oratória com mais de 50 de experiência. Idealizador dos Métodos "Porradaterapia" e "Argumentação sob pressão".

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